09 maio 2006






A Estrela SÍrius

Sírius, uma das mais maravilhosas estrelas de nosso firmamento, possui sua aparente grande magnitude por causa do simples fato de que ela está a somente 8,7 anos luz da Terra. Ela emite 23 vezes mais luz do que o Sol e é 1,8 vezes maior do que ele. Comparada com outras estrelas como Rigel ou Beltegeuse, (da constelação de Órion) Sírius, no entanto, é relativamente pequena.

Porém a história desta luminosa estrela é bastante singular. No antigo Egito, a estrela Sírius era alvo de uma particular veneração e era representada pela Deusa Sothis, ou Isis Sotis, e pelo Deus Hermes Thot. Seu aparecimento no céu coincidia com o momento da cheia do rio Nilo ( aproximadamente 3.000 anos A.C.), no auge do verão, cheia que vinha trazer prosperidade e fertilidade às terras inundadas. Na realidade esta cheia coincide com o auge do verão no hemisfério norte e até hoje, quando um dia está demasiadamente quente, é usada a expressão "Está um calor de cão". Na antiga Roma, cachorros eram sacrificados em nome dela. O nome "canicula" para indicar um período de grande calor também tem esta derivação.

Sírius faz parte da Constelação de Canis Major (O Grande Cão) e faz par com a Constelação de Canis Minor (O Pequeno Cão). Os dois cães pertencem e servem o caçador celeste Órion. Os astrônomos nos tempo antigos (1.500 A.C.) descreviam Sírius como sendo de luz avermelhada, uma luz mais vermelha do que aquela do planeta Marte. Atualmente a sua luz é absolutamente branca, como pode ser observado a olho nu no hemisfério Norte ao se olhar o céu num determinado período do ano. Como pode uma estrela mudar a sua cor num período de somente 1,500 anos? Esta questão não encontrou uma resposta convincente até agora. O estudo das estrelas fixas é ainda uma grande charada para os astrônomos. Pois, apesar das estrelas passarem indubitavelmente através de diferente estágios, as mudanças de cor claramente visíveis de vermelho para branco, segundo as teorias recentes, precisam de centenas de milhares de anos para serem efetuadas, e não somente 1 milênio e meio.

Talvez a mudança misteriosa da cor de Sírius tenha algo a ver com a estrela companheira de Sírius. No início de 1844 o astrônomo alemão Friederich Bessel notou que Sírius não se movia no céu de uma forma reta, como as outras estrelas fixas, mas sim seguia um caminho serpenteado. Bessel concluiu que Sírius teria uma companheira invisível cujos efeitos gravitacionais provocavam este comportamento. Foi somente em 1862 que esta companheira, chamada de Sírius B, foi realmente descoberta através de um telescópio e apareceu como um pequeno ponto de luz perto da luminosa Sírius A.

Na realidade, a descoberta desta segunda estrela, chamada também de Pup Star, apresenta um quebra cabeça para os astrônomos. Com base nos movimentos destas estrelas binárias, eles calcularam que Sirius A deveria ser 2,36 vezes e Sírius B 0,98 mais pesadas do que o Sol. No entanto, como a luz de Sírius B aparecia muito mais fraca que sua irmã maior (apesar de sua superfície ser extremamente quente), ela deveria ser muito menor, isto é, ela teria somente aproximadamente 18.000 milhas (30.000 km) ou aproximadamente duas vezes o diâmetro da Terra. Esta grande quantidade de matéria concentrada num espaço tão pequeno significa que a sua densidade seria muito maior do que se pudesse imaginar. Um centímetro cúbico de matéria feita com Sirius B pesaria mais de 150 Kg! Por isto Sirius B se tornou o primeiro exemplo de um novo tipo de estrela que seria mais tarde descoberta: as estrelas anãs brancas. As características das anãs brancas são: tamanho extremamente pequeno (a menor conhecida até agora tem somente a metade do tamanho de nossa Lua), a temperatura de superfície extremamente alta, e a incrível concentração da matéria do que são compostas.

Sirius é a primeira estrela conhecida com absoluta certeza pelos hieróglifos egípcios, (e as vezes representada por um cão), e aparece nos monumentos e templos ao longo do Rio Nilo. Entre estes existem os Templos da Deusa Hathor, ou Isis Hator, que eram erguidos com orientação para a estrela Sírius. Os Egípcios acreditavam que Sírius detinha o destino de nosso planeta. É para lá que iam as almas dos Faraós e sacerdotes após a morte para "receberem instruções" e ganhar conhecimento. Alguns historiadores pensam que à partir desta estrela chegaram ao Egito os Deuses que ensinaram toda a sua sabedoria a este povo da antiguidade.

Uma antiga representação egípcia mostra a deusa Isis com a estrela Sirius, sobre sua cabeça e segurando o cetro wadj e o ankh (da dilatação e da espiritualidade da vida), precedida por Órion, que segura o cetro uas (do fluxo da seiva) , enquanto olha para trás, para Isis, e apresenta a vida com a sua mão esquerda. Atrás de Isis estão representados Júpiter, Saturno e Marte. Todos estão numa barca que desce o rio Nilo, na direção do Oriente para o Ocidente.
O que aparece na figura, é que Isis retira o seu poder de Sirius (que está representada ao lado de outra pequena estrela, indicando que os Egípcios sabiam que esta estrela tinha uma companheira menor!) e que ela a transmite a Órion que por sua vez o transmite aos "filhos do Sol". Sírius era também atribuída ao Deus Thoth, ou Hermes dos Gregos ou Mercúrio dos Romanos. Mas eu acredito que Mercúrio ou Hermes, eram simplesmente a “oitava inferior" do Deus Thoth, o “Três Vezes Grande” Hermes Trismegisto de Alexandria, que seria representado pelo planeta Urano, que rege, entre outras coisas, a Astrologia.

Segundo os teólogos de Hermopolis, Thoth, ou Tehuti como o chamavam os antigos Egípcios, era o verdadeiro Demiurgo universal, o Íbis divino que chocou o ovo da humanidade na Hermopolis Magna. Este trabalho de criação foi fruto somente do "som de sua voz" (lembra o versículo da Biblia: “em princípio era o verbo...”). Os livros das piramides referem-se a ele como o filho mais velho de Rá, filho de Geb e Nut, ou irmão de Isis, apesar de que outros textos o descrevem como vizir de Osiris e de sua família, e escriba do Faraó. Tehuti, ou Hermes, curou o filho de Osiris, Horus, somente com o seu sagrado alento, e era detentor de um conhecimento universal. Ele ensinava as ciências, a aritmética, a geometria, a música, a astronomia, as artes mágicas, a medicina, a cirurgia, etc., e nós encontramos tudo isto descrito e documentado nos monumentos e textos que chegaram até nós. Ele efetuou os cálculos concernentes o estabelecimento do céu, das estrelas e da terra e ele era o coração de Rá (o Sol no Zenit) e seu mestre, seja no conceito físico que moral. Ele tinha o dom da "divina palavra". Ele era venerado pelos Egípcios como um Deus auto-gerado e auto-produzido, isto é: ele era UM.

Um comentário:

Marisa Borges disse...

Andava a divagar pela net e dei de caras com o seu blog...fiquei maravilhada. Adorei este post sobre Sírius, não sabia metade do que aqui mencionou e adorei saber.

Voltarei mais vezes pois creio poder encontrar aqui muito boa informação.

Um abraço e parabéns pelo belo trabalho