21 dezembro 2016

Ó Árvore...



No inverno, toda a vegetação das florestas temperadas perde suas folhas e a paisagem se torna escura e sem vida. Juntamente com o declínio da temperatura, a diminuição do período luminoso do dia e o desaparecimento dos animais silvestres, que entram em hibernação, estes sinais eram interpretados pelos antigos como um afastamento da Deusa Mãe, uma morte da Natureza. Pairava no ar o medo de que a Grande Mãe não mais retornasse e de que o mundo caísse num período de "Trevas Eternas". Esta longa noite ameaçadora provavelmente rondava o Inconsciente Coletivo como uma reminiscência perdida do último período glacial, vivido até há aproximadamente 12 mil anos.

Porém, um tipo específico de árvore insistia em manter suas folhas verdes mesmo neste período nefasto: o pinheiro. Os pinheiros eram portanto considerados sagrados e símbolos máximos da persistência da Natureza que, apesar da aparência e contra todos os indícios, continuava viva em seu recolhimento secreto no fundo da terra. Desta forma, quando encontravam um pinheiro verde na floresta, estes povos antigos festejavam ao seu redor e o enfeitavam com objetos coloridos e brilhantes, celebrando a esperança do renascimento da Deusa, numa nova Primavera que viria. Esta esperança era simbolizada por uma estrela, já que era pela observação do céu noturno que as velhas sábias diriam quando seria esta época de ressurreição.

O dia mais frio e escuro do ano é o dia 21 de Dezembro, no Hemisfério Norte, de onde provém toda a nossa tradição cultural. A partir deste dia, as noites se tornam progressivamente menores e o frio tende a diminuir muito lentamente. O festejo do Solstício de Inverno, esta longa e fria noite, deu origem ao conceito de Natal, bem como, a celebração da esperança no verde pinheiro deu origem à Árvore de Natal. O renascimento da Natureza se dá no Equinócio de Primavera do Hemisfério Norte, que ocorre em 20 de Março e era festejado pelos antigos com ovos pintados com cores fortes, simbolizando a ressurreição da Deusa, vinda do Mundo Inferior de volta à superfície. O coelho, um dos animais que hibernam, reaparecia na floresta e dizia-se que ele trazia a vida no verde novo que se espalhava. Nestas celebrações, tem origem a ideia da Páscoa.

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