Não se deve usar o termo
"bruxa", pois ele tem origem no verbo italiano "bruciare",
que significa "queimar". Quando pessoas condenadas pela Inquisição seguiam
para o Auto de Fé, onde seriam queimadas na fogueira, a população encolerizada
gritava "brucia, brucia!", ou seja: "queima, queima!".
Portanto, chame as mulheres audazes, capazes e independentes de
"feiticeiras" e os homens sensíveis e com uma boa ligação com o
próprio inconsciente de "magos". A palavra "magia" provém do Persa magus
ou magi, que significa "sábio". Da palavra magi, também
surgiram outras tais como magister, magista, "magistério",
"magistral" e "magno". Já a palavra Feitiço vem do Latim: facticius, significa artificial ou
fictício é um artefato ou objeto fabricado. Assim, "feitiçaria" é
"saber fazer".
Magos e feiticeiras precisam
sempre de uma "vara de condão". Estes objetos têm o poder mágico de
criar o círculo sagrado, que repete em sua geometria as formas dos ciclos da
Grande Mãe, a Natureza, dentro do qual a magia pode se processar. Magos,
ligados naturalmente aos céus e seus ciclos planetários, desenham com longas varas
círculos no ar, sobre suas cabeças. Com a perseguição à Religião Antiga, como
era chamada a fé matriarcal, eles disfarçavam essas varas mágicas sob a forma
de cajados de apoio. Já as feiticeiras usavam suas varas disfarçadas em forma
de vassoura: prendiam em uma das pontas várias ervas medicinais e aromáticas e
desenhavam no chão, telúricas como eram, os ciclos da Natureza que eram vistos
na terra. Dentro destes círculos sagrados, a magia podia se processar. Já o
chapéu pontudo é muito utilizado porque a forma do cone é considerada como a
pirâmide perfeita, de base circular ou elíptica que diminui uniformemente seu
diâmetro, terminando em ponta. As energias que se colocarem dentro desta forma
geométrica serão elevadas a um só ponto, o que faz com que se elevem às
vibrações e com isto a capacidade de comunicação com os seres etéreos. A magia
assim processada era eminentemente psíquica e muitas vezes consistia num
transe, numa espécie de viagem astral, onde feiticeiras e magos
"voavam" fora de seus corpos e descobriam as verdades da Natureza.
Toda a magia é baseada na
união dos quatro elementos a um quinto elemento: o Éter. Terra, Água, Ar e Fogo
encontram sua transcendência no Éter e formam o símbolo da estrela de 5 pontas,
o Pentaclo, também típica de feiticeiras e magos. O caldeirão une em si estes
quatro elementos e abre as portas dimensionais para o quinto elemento. Magos e
feiticeiras podem utilizar a energia de minerais, cristais (Terra); fazer poções,
alquimia (Água); utilizar palavras mágicas, mantras (Ar) ou se valer de energias puras
(Fogo). De toda forma, atinge-se, unindo estes elementos ou utilizando-os separadamente,
o encantamento representado pelo Éter. Para criar esta harmonia, a música era peça fundamental e muitas vezes a harpa ou instrumentos de percussão eram utilizados em rituais e encantamentos.
Desta forma, a magia nada mais
é do que a soma dos segredos da Natureza e a sua relação com o humano, criando,
assim, um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral
das faculdades internas espirituais e ocultas, até que se tenha o domínio total
sobre si mesmo e, consequentemente, sobre a Natureza. A magia é então um longo
processo de autoconhecimento e auto-aprimoramento. A concentração em tarefas repetitivas, como fiar, bordar, tecer ou fazer contagens, ajudava a atingir o estado meditativo e a se conseguir um perfeito autocontrole. A respiração era modulada por longas "palavras mágicas" e exercícios respiratórios específicos. A dança era outro ingrediente importante.
O calendário utilizado por
feiticeiras e magos é evidentemente baseado em ritmos femininos, como a Lua e
as estações do ano. Desta forma, as datas mais sagradas sempre são os
Equinócios e os Solstícios, bem como as datas intermediárias entre estes pontos
cardeais do tempo. A qualidade de qualquer magia é sempre modulada pela fase da
lua, onde a Crescente aumenta, a Lua Cheia revela e a minguante diminui (seja o
que for que se esteja trabalhando), enquanto na Lua Negra (chamada pelos
patriarcais eufemicamente de "Lua Nova"), pede recolhimento e
interrompe a magia. A utilização dos pontos cardeais do espaço também é necessária
e uma feiticeira ou um mago sempre se orienta pelo nascer do Sol (Oriente) e se
norteia pela Estrela Polar (Norte).
tradições do Halloween
originaram-se do antigo festival celta da colheita, coincidente com o auge do
outono do Hemisfério Norte: o Samhain, e que esta festividade gaélica foi
cristianizada pela Igreja primitiva. No Samhain se comemora a passagem do ano
dos celtas. Nesta época acreditava-se que as almas dos mortos retornavam a suas
casas para visitar os familiares, para buscar alimento e se aquecerem no fogo
da lareira. Era também a época em que o Sídhe deixava antever o outro mundo. O
nevoeiro mágico que separa os mundos, dispersava no Samhain e os elfos podiam
ser vistos pelos humanos. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo real
desaparecia.
Samhain – 31 de Outubro
A Noite Sagrada
A Noite Sagrada
Rainha das Sombras
Ciclos infindáveis da árvore de prata,
Da infinita alegria à triste lembrança,
Um tempo passado e repassado,
Que jamais volta atrás
Caminha pela estrada da vida
Verde esmeralda dos ancestrais,
Festejando a escuridão de Samhain
Pois a Roda gira sem parar
Rumo ao novo despertar
Awen, Senhora Mor Rioghain!
Da infinita alegria à triste lembrança,
Um tempo passado e repassado,
Que jamais volta atrás
Caminha pela estrada da vida
Verde esmeralda dos ancestrais,
Festejando a escuridão de Samhain
Pois a Roda gira sem parar
Rumo ao novo despertar
Awen, Senhora Mor Rioghain!
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