16 janeiro 2013

Quem é você REALMENTE?







Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

José Saramago



Nem me venha dizer o seu nome, o cargo que ocupa ou o título que tem. Eu quero saber quem você REALMENTE é! Sim, este ponto de vista ai dentro, por de trás dos seus olhos a que você chama de "eu" e bate com a mão peito para se certificar. Um belo dia a gente acordou e estava aqui, neste mundo material, neste lugar estranho. Percebeu que tinha este corpo, que havia coisas e pessoas à volta. A gente recebeu um nome, se acostumou com os papéis que deve desempenhar, aprendeu muita coisa sobre tudo, mas no fundo nunca entendeu de verdade quem a gente é. Que lugar é este afinal? O que que é isso que continuamente está acontecendo e que recebe o nome de "vida". Já parou para pensar sobre isso?

Os gregos diziam que há apenas 3 perguntas que valiam a pena: "de onde vim", "onde estou" e "para onde vou". Respondendo-as, responderíamos à verdadeira questão: "quem sou eu REALMENTE". Vamos ser francos: ninguém sabe as respostas! Tem um monte de teorias, de religiões, de filosofias e de teologias por ai que propõem respostas das mais variadas e estapafúrdias; mas de verdade, DE VERDADE, ninguém sabe é nada. O fato é que estamos aqui, neste mundo 3D com um fluir contínuo de tempo do passado em direção ao futuro. No passado, lembranças que se iniciam num belo dia lá na infância. No futuro, incógnitas, que inexoravelmente apontam para a morte. Estamos aqui no presente... Nada mais.

E se de repente, num apocalipse qualquer, tudo evaporasse ao seu redor? Sim, imagine que já não há ao seu redor ninguém, nem coisa nenhuma e que o planeta sumiu, assim, de uma hora para outra. Lá estaria você então flutuando no espaço... Bom, mas imaginemos que neste espaço não houvesse nada: nem estrelas, nem constelações, nada! Lá estaria você flutuando no vazio... Mas imaginemos que também não houvesse corpo (como poderia, no vácuo!?). Lá estaria você: um ponto de vista em meio ao NADA... A noção de "eu" parece indestrutível, permanece em nossa imaginação a despeito de tudo. Há certas drogas que têm a capacidade de ir desligando o cérebro aos poucos, mantendo no entanto, a consciência ativada. O efeito final é semelhante ao que acabamos de imaginar: um ponto de vista, sem passado, sem futuro, sem corpo, sem percepção do mundo, sem nada, mas ainda assim um "eu"!

Somos consciência, isso é fato. Localizamos esta consciência, enquanto neste mundinho 3D, no corpo, em partes variadas do corpo. Temos autoconsciência pois existimos e sabemos que existimos. É esta autoconsciência que permite o uso da palavra "eu". E este "eu" observa o mundo: temos visão, audição, tato, paladar, olfato... Tudo traz informações para este "eu". O "eu" é uma referência, um ponto de vista constante. Sim, porque eu nunca deixei de ser "eu" para me tornar "você" ou "ele". Há uma certa coerência temporo-espacial neste "eu" que nos permite dizer "eu sou".

Imaginemos agora um mundo feito não de matéria, mas de Consciência. Um mundo em que todos os objetos fossem "eus". O meu "eu" com certeza faria parte deste mundo, assim como o seu "eu" e o de muita gente. Talvez mesmo muitos seres não propriamente humanos, porque não há nada que diga que somente humanos sejam "eus". Seres que nem ao menos precisariam existir num mundo 3D como o nosso e que jamais teriam a necessidade de um corpo material. Apenas consciências. E talvez seja possível entrar em contato com estas consciências, evidentemente não por meios materiais, corpóreos, sensoriais, mas através do "eu" somente. Chamemos esta outra existência de "Eu" (assim com maiúscula). Este "Eu" diria com muito convicção "eu sou o Eu", referindo-se ao "eu" que está lá no corpo físico material no mundinho 3D dele. Se este "Eu" tivesse noção plena desta dupla existência: no mundo da Consciência e no mundo físico e conhecesse sua essência que o faz "Eu" em detrimento da existência do "eu", ele finalmente poderia responder ao "eu": "Eu Sou o eu sou".

Assim, quem é você REALMENTE? Ora: o "Eu". E mais: o "Eu Sou o eu sou".






2 comentários:

Sensibilidade a navegar com poesias disse...

Parabéns pelo belo Blog...gostei do seu espaço...voltarei

Bernardo de Gregorio disse...

Seja bem-vinda e fique à vontade!