SATÃ e outros bichos
"Glória e
louvor a ti, Satã, nas amplidões
Do céu, em que reinaste, e nas escuridões
Do inferno, em que, vencido, sonhas com prudência!
Deixa que eu, junto a ti sob a Árvore da Ciência,
Repouse, na hora em que, sobre a fronte, hás de ver
Seus ramos como um Templo novo se estender!"
Charles Baudelaire
Do céu, em que reinaste, e nas escuridões
Do inferno, em que, vencido, sonhas com prudência!
Deixa que eu, junto a ti sob a Árvore da Ciência,
Repouse, na hora em que, sobre a fronte, hás de ver
Seus ramos como um Templo novo se estender!"
Charles Baudelaire
A existência é fruto de
complexas interações de forças cósmicas, descritas pela Ciência desde o Big Bang
até o momento, passando pela criação das estrelas, do Sistema Solar, da Terra,
do aparecimento da vida, da evolução das espécies, do aparecimento da consciência
e de sua expansão até o estágio do ego e de suas relações com o mundo e de suas
reflexões sobre sua própria existência.
Na base desta rede intrincada
de interações e fatos está o acaso. Deus não é o acaso, mas é mais que isso:
Deus é a infinita possibilidade que faz com que a mais remota das
possibilidades manifeste-se. Em outras palavras, Deus é o Multiverso que se
estende por trilhões de possíveis universos até que um se manifeste da forma
como o nosso se manifestou (e continua se expandindo para além). Quando jogamos
um dado as probabilidades de cair o número 1 são estatisticamente as mesmas de
cair o número 6, no entanto um número entre 1 e 6 cai. Se imaginarmos a
existência de seis universos paralelos onde em um cai o número 1; em outro, o
número 2; ainda noutro, o 3 e assim por diante, entenderemos que há a
possibilidade REAL de expressão de todos os resultados do dado num
"hexaverso", não como 1 ou 2 ou 3 ou... Mas como 1 e 2 e 3 e... Desta
forma, em um Multiverso que contenha trilhões de trilhões de trilhões de
universos ad infinitum, TODAS as
infinitas possibilidade são passíveis de se realizar. Deus é esta
possibilidade infinita.
Porém, do nosso ponto de
vista, um universo em que a minha particular e limitada existência não ocorra,
não tenha sido uma possibilidade realizada, me é extremamente assustador, mesmo
estando eu aqui em um universo em que obviamente eu ocorri. O ego não admite, nem mesmo em hipótese
imaginária, a sua não-existência. Igualmente lhe é estranha a idéia de egos alternativos
que se multiplicam rumo ao infinito. Facilmente entendemos Deus como este
"acaso" que nos propiciou existir desta maneira particular, sem nos
darmos conta de que concomitantemente Deus é também o acaso que nos impediu a
existência ou que nos fez completamente diferentes da maneira como conseguimos
nos reconhecer. Esta face ameaçadora (e vasta) de Deus, nós vemos como o
"inimigo" e recebe o nome genérico de "Satã".
O nome Satã vem do Hebraico "satan" (שטן), "adversário", "acusador"
ou "inimigo". Já o Novo Testamento utiliza o termo como um
nome próprio que designa uma entidade sobrenatural que teria se rebelado contra
Deus e que agiria contra este. Desta noção, adveio o conceito de que Satã (ou Satanás)
seria o senhor de exércitos infernais que travaria uma contínua e árdua batalha
contra Deus, contando com legiões de demônios menores; semelhantemente à ideia
de que Jeová lidera as hostes celestiais angélicas, organizadas hierarquicamente,
como exércitos. Todo este cenário bélico tem origem não apenas no nome
"inimigo", mas também no fato de originalmente, em épocas de Canaã,
quando o Judaísmo era ainda, como qualquer religião antiga, um politeísmo,
Jeová ter sido especificamente o deus da guerra, a quem os hebreus chamavam de
"nosso deus" (em oposição ao deus do inimigo: "satã").
A luta do Bem contra o Mal (e
vice-versa) tem suas origens na luta da Luz contra as Trevas, que foi fixada
mitologicamente em tempos babilônicos na região da Mesopotâmia, tendo provavelmente
nascido na Pré-História quando à noite em meio às trevas predadores e perigos
espreitavam e ameaçavam os humanos quase cegos e indefesos. Nas mitologias
Suméria-Acadiana, Babilônica, Cananita e mesmo Judaica esta dicotomia entre
deuses luminosos e trevosos é evidente, mas foi no Maniqueísmo que assumiu
estatura teológica abstrata. O Maniqueísmo
é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu
na Babilônia e na Pérsia, no Século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom,
ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito,
intrinsecamente bom. O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manu) e as
suas ideias sincretizavam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo, do Budismo,
do Judaísmo e do Cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus
como "Pais da Justiça", e pretendia, através de uma revelação divina,
purificar e superar as mensagens individuais de cada um deles, anunciando uma
verdade completa.
No entanto, não apenas à
escuridão está relacionado o "inimigo". Chamamos "má" toda
e qualquer força que ameaça nossa existência e nosso equilíbrio enquanto ego auto-recognoscível. Assim o Mal são os
inimigos, as trevas, as doenças, as catástrofes, os revezes, os azares, as
feras e os instintos que nos habitam. Existem portanto demônios que
personificam todas estas instâncias. O estudo destes seres que se multiplicam
em miríades infinitas de faces, chama-se "Demonologia". Quando
envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia e por
geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser
considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica, mas abrange na verdade o
estudo de qualquer mitologia. Porém, nas demais religiões a ideia de
"demônio" não está necessariamente associada ao mal, mas sim a seres espirituais
ou etéricos, ligados à natureza ou criados paralelamente à criação humana.
Neste sentido, demônios são os gênios das histórias árabes ("djins")
e os duendes das histórias europeias ("leprechauns").
Para as religiões xamânicas as
doenças são espíritos que se apoderam do corpo do enfermo, demônios a serem esconjurados
por meio de exorcismos variados. Para a medicina atual, igualmente as doenças
são causadas por seres invisíveis e demoníacos (bactérias, vírus, etc) que se
apoderam do corpo do enfermo e que devem igualmente ser esconjurados por meio
de exorcismos muito complexos (medicamentos, cirurgias, etc). Na maioria das
religiões cristãs, os demônios, ou espíritos imundos, são anjos caídos que foram
expulsos do terceiro céu e da presença de Deus, consequentemente. Devido a
vários motivos ou simplesmente por submissão religiosa a Satanás os demônios
podem possuir alguém, assumindo inclusive o senhorio sobre o corpo desta
pessoa, manipulando suas atitudes e palavras e influenciando fortemente os seus
pensamentos. Para os cristãos, o único meio eficaz, utilizado pelos apóstolos,
para falir a autoridade de um ou mais demônios sobre uma ou mais pessoas é o
nome de Jesus Cristo, Filho de Deus (ἰχθύς), que segundo
a crença cristã é o Nome sobre todo nome, inclusive dos demônios. Algumas correntes
do Budismo afirmam a existência do inferno povoado por demônios que atormentam
os pecadores e tentam os mortais a pecar, ou aqueles que buscam contrariar sua
Iluminação, com um demônio chamado Mara como tentador chefe. O hinduísmo contém
tradições de combates entre seus deuses e vários adversários, como o combate de
Indra e Vritra. Outras correntes do budismo usam seis infernos e demônios apenas
como metáforas para estados de consciência, e não utilizam o conceito de
pecado, mas sim ação e reação, causa e efeito, karma. Onde uma pessoa que comete, por exemplo, algum tipo de
violência, poderá ter pensamentos ruins, angústia, arrependimento, insônia,
traumas emocionais.
Seja como for, Satã e todos
seus correlatos, estão sempre lá para representar estas forças
"inimigas", não inimigas de Deus (como poderiam?), mas sim inimigas
de nosso orgulhoso e pretensioso ego.
Neste sentido, talvez os demônios sejam poderosos aliados de nossa evolução
ética e espiritual, tal qual os colocou Dante, fazendo com que os pecados sejam
expurgados à força da alma dos pecadores no Inferno e no Purgatório. Neste
mesmo sentido, escreveu Baudelaire em "Flores do Mal" nas
"Litanias de Satã": "Ó tu, o anjo mais belo e também o mais
culto, Deus que a sorte traiu e privou do seu culto! Tem piedade, ó Satã, desta
longa miséria!"
***
Adendo: principais demônios na
história de muitos povos, através dos séculos (Fonte: Portal Astrologia & Esoterismo).
Aaba: Demônio fêmeo, de beleza irresistível, com capacidade de
poder se apresentar com mulher e seduzir quem bem desejasse. Contudo,
curiosamente, era incapaz de presenciar derramamento de sangue.
Aamon: Um dos três demônios a serviço de Satanaquia e comandante da
primeira legião do inferno. É a suprema divindade dos egípcios. Demônio que se
apresenta com cabeça de lobo, cauda de serpente, sempre remitando fogo.
Aarão: Comandava legiões de demônios, sendo adepto da magia negra,
considerando "Aaron, fil diboli” (Aarão, filho do diabo). Feiticeiro
bizantino, possuidor da chave de Salomão, construtor do tempo de Salomão. Não
confundir com Aarão, irmão do primogênito de Moisés, primeiro sumo sacerdote
dos hebreus, que permitiu, na ausência de Moisés, que os hebreus sacrificassem
ao Bezerro de Ouro e morreu na montanha de Hor, antes de entrar na terra da
Promissão.
Abaddon: Também conhecido por Apollyon, significando "O
destruidor". É o nome dado ao anjo do abismo ou da morte ou do inferno, no
Apocalipse, por São João, sendo identificado como o anjo exterminador, no
versículo 10-23, capitulo 12 do livro do Êxodo. Mencionado também, no primeiro
capitulo do livro da Revelação, com o chefe dos demônios – gafanhotos, o soberano
do Poço Sem Fundo (Judas, 6) e o rei dos demônios no livro do Êxodo, assim está
escrito. "Porque o senhor passara ferindo os egípcios e quando ele vir
este sangue sobre a verga das vossas portas, e sobre as duas umbreiras, passara
a porta da vossa casa e não deixara entrar nela o anjo exterminador a
ferir-vos".
Abassay: Gêmeo maléfico ou diabrete, na língua tupi entre as tribos
negras ocidentais, nos territórios da antiga África Francesa, era tido como o
deus que povoou o mundo. Na Anthologia Negra, de Blaisse Pendars, consta que
Abassi, sentado em seu trono, fez todas as coisas, superiores e inferiores, no
mundo inteiro. Todos os homens habitavam o céu, não havendo homens na Terra. A
pedido de Altair, entidade divina das tribos negras da antiga África ocidental
francesa, fez com que os homens passassem a habitar a Terra.
Abigor: Demônio que comandava 60 legiões infernais, em seu cavalo
com asas, tinha a capacidade de prever o futuro, alem de ser conhecedor de
todos os segredos da arte de guerrear. Carregava sempre consigo uma lança,
estandarte ou cetro.
Abraxas: Demônio que era representado com uma cabeça de galo,
grande barriga e rabo cheio de nos. Sempre carregava consigo um chicote e um
escudo. Usado também, como termo místico, muito em voga entre os gnósticos. Na
numeração grega, suas sete letras, Abraxas ou Abracax, denotam o numero 365 –
supostamente, a soma total dos espíritos que emanam de deus. Para os
ocultistas, a palavra tinha poderes mágicos e, gravada em pedras, poderia ser
usada como amuleto ou talismã, para dar sorte. Daí a origem da palavra magica
Abracadabra, que protege as pessoas do mal, de doenças, da morte e abre todas
as portas. Essa curiosa palavra foi usada, pela primeira vez, no século 11
d.C., por Quintus Serenus Sammonius, sábio responsável pela saúde do imperador
romano, sendo sua origem desconhecida. No ano 208, foi mencionada em certo
poema, quando o imperador Severus esteve na Gran Bretanha, como cura certa
contra a febre terçã, que e aquela que se repete com três dias de intervalo.
Aparece no denominado "Triângulo Mágico”, que tem conexão com outros
conceitos do ocultismo, inclusive no simbolismo do Tarot, e para Ter melhor
resultado deve ser escrita na forma de um triângulo, sendo colocada em volta do
pescoço.
Abramelech: Tido como presidente do alto Conselho dos diabos,
grande chanceler do inferno e superintendente do guarda-roupa do Diabo. Foi
sempre representado na forma de uma mula, com torso humano e rabo de pavão.
Agatodemon: Termo grego designado demônio beneficente, que
acompanha as pessoas por toda a vida. Segundo diz a lenda, Sócrates, o grande
filósofo grego (468- 400 AC), tinha um demônio semelhante, que o acompanhava
sempre.
Agaures: Grão-duque da parte ocidental do inferno, comandante de 31
legiões de demônios, ensinando línguas, fazendo com que os espíritos terrestres
dancem e distraiam seus inimigos, sendo ainda considerado primeiro ministro de
Lúcifer. Costuma aparecer como nobre senhor, trazendo um gavião no punho,
vestindo túnica, montado a cavalo, levando consigo um crocodilo.
Ahriman: Igual ao espírito do mal, irmão gêmeo de Ormuzd, espírito
do Bem, no zoroastrismo.
Aligar: Um dos três demônios à disposição de fleretty, o
tenente-general das legiões do inferno. Tem o poder de concluir as coisas que
se desejavam e pode fazer cair granizo. Comanda os demônios Abigar, Batim e
Tursã.
Alijenu: espírito do mal. Espírito diabólico.
Allatou: Esposa de Nergal, demônio chefe da polícia do inferno,
encarregado da denominada Corte Infernal. Nergal era espião honorário de
Belzebu. Na religião sumeriano – acadiana, designava demônio do mal, da morte.
É descendente e serviçal de Eresshkigal, "senhora do grande lugar”, rainha
do mundo dos mortos nos textos sumerianos, ela reina no seu palácio, sempre
guardando a fonte da vida. Seu nome familiar é Namar e na religião assírio –
babilônica Allatou é a deusa do submundo, consorte de Bel e, posteriormente, de
Nergal.
Aliocer: Grão-duque do inferno, comandante poderoso de 36 legiões
infernais, possuindo cabeça de leão, com chifres e olhos flamejantes, sendo que
seu enorme cavalo possui patas de dragão.
Alu: Demônio da Mesopotâmia, com feições de cachorro, preferindo o
silêncio e a escuridão. Foi escrito e pintado, por alguns artistas,
apresentando-se sem pernas, ouvido e boca.
Aluga: Demônio fêmeo, que era ao mesmo tempo súcubo e vampiro,
acostumado a levar os homens à exaustão e depois ao suicídio.
Aman: Um dos demônios que costumava possuir madre Joana dos Anjos.
Foi um dos primeiros demônios que ela mandou expulsar. Nada a ver com a figura
bíblica (Velho Testamento), personagem que foi primeiro – ministro de Assuero
(Nerses), rei da Pérsia, que planejou o extermínio dos judeus no país, no que
foi impedido por Mardoqueu e sua sobrinha Ester, concubina do rei. Esse fato é
considerado lendário para justificar a instituição da festa judaica intitulada
Purim, celebrada nos dias 14 e 15 do mês de Adar, correspondente a fevereiro –
março do calendário.
Amane: Segundo o livro de Enoque (Enoch), espécie de apocalipse dos
primeiros tempos do Cristianismo, não admitido nos cânones dos livros sagrados,
era um dos chefes dos duzentos anjos que se rebelaram contra Deus e que
prometeu recrutar vassalos em Samiaza. .
Amaduscias: Grão-duque do inferno, comandava 30 legiões e possuía
cabeça de unicórnio, aparecendo muitas vezes com forma humana, costumava dar
concertos invisíveis, fazendo com que as árvores balançassem ao som de sua voz.
András: Também Marquês do inferno, demônio com cabeça de coruja,
com o corpo nu de um anjo alado, cavalgando sempre um lobo e brandindo sua
espada. Couto Magalhães classifica-o como o deus que protege os animais do
campo contra o abuso da caça. Sua figura é a de um veado branco, com olhos de fogo.
Barbosa Rodrigues diz que no Amazonas, quando o Anhangá aparece no homem, é
sempre sob a forma de um veado, cor vermelha, cruz na testa, olhar de fogo e
chifres cobertos de pelo. Os tupinólogos Teodoro Sampaio e Testavim traduziram
o termo por "alma”, espírito maligno, diabo, alma de finados .
Asper: Principal inimigo do deus Sol no Egito antigo, sendo
considerado o próprio demônio, a serpente da noite. Nenhuma relação teria com
as personagens do dialogo de Oratoribus. Diálogo dos Oradores, abribuido a
Tácito, notável historiador latino que viveu entre 56 e 120 DC.
Asmodeu: Segundo o Dicionário Bíblico, é o demônio que assediava
Sara, filha de Raquel, tendo matado seus sete primeiros maridos no próprio dia
do casamento, até que veio a ser subjugado pelo anjo Rafael (Tobias 3,8; 6,14;
8,2). Considerado o demônio bíblico da ira e da luxúria. Do hebreu Asmoday ou
Acheneday, é o demônio chefe de Shedin, uma classe dos demônios com garras de
galo. Na demonologia judaica, considerado o espírito do mal, sendo que seu
berço é o Avesta, o livro sagrado da religião de Zoroastro, profeta persa,
fundador do Zoroastrismo, apelido dado pelo filósofo Nietzche como Zarastustra.
O Zorgastrismo ou Zoroastrismo tem como principal característica o dualismo, o
princípio do Bem e do Mal. Conta a história que o anjo Rafael capturou Asmodeu
e perdeu-o no deserto egípcio, permitindo assim que Sara se cassasse com
Tobias, que veio a ficar cego e posteriormente foi curado por seu filho, graças
a interferencia do anjo Rafael. Na demonologia, é o superintendente das casas
de jogos na corte infernal. Costuma ser representado com três cabeças
diferentes, sendo uma de touro, outra de homem com hálito de fogo e a terceira
de carneiro. Dizem Ter ele destronado Salomão, que acabou por vencê-lo,
obrigando-o a construir um templo.
Astaroth: Grão-duque importante e poderoso na região oeste do
inferno, casado com
Astartéia, tida como a deusa fenícia da Lua. Quando novas leis são
propostas, costuma emitir sua opinião. É, sempre representado com um anjo nu,
coroado, montando um dragão, segurando em sua mão esquerda uma serpente. É
também o tesoureiro do inferno, exalando profundo mau cheiro, verdadeiramente
insuportável. Astartéia, tida como sua esposa, é considerada a divindade dos
povos semíticos, a deusa do céu, sendo a protetora de várias cidades e muitas
vezes honrada com sacrifícios humanos.
Asura: Classe de deuses soberanos na mitologia védica, que acabaram
sendo considerados demônios. Inimigos dos Devas, divindades que representavam o
Bem e nas regiões da Índia, serima todos os seres divinos.
Ayperos: Príncipe infernal, comandante de 356 legiões, sendo
representado como um abutre dotado de capacidade de prever o futuro.
Ayphos: Um dos três demônios obedientes aos desejos de Náberus, marechal-de-campo
do Inferno.
Azazel: Demônio de origem hebraica. O Levítico menciona-o como o
bode expiatório, enviado ao deserto. "Deitando sortes sobre os dois bodes,
para ver qual deles será imolado ao Senhor, e qual será o bode emissário. E
para espiar o santuário das impurezas dos filhos de Israel, das suas
prevaricações contra a lei, e de todos os seus pecados”. (L 6,8-34). De acordo
com o livro de Enoque, é um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus. Nos
escritos apocalípticos é o poder do mal cósmico, identificado pelos impulsos
dos homens maus e da morte. Eles teriam vindo à Terra, para esposar os humanos
e criar uma raça de gigantes. O Livro das Revelações, de Abraão, descreve-o
como uma criatura impura e com asas. É identificado como a serpente que tentou
Eva e que poderia ser o pai de Caim. No século II os búlgaros bogomilianos
concordavam que Satanael teria seduzido Eva e que ele, não Adão, era o pai de
Caim. A maioria dos bogomilianos foi queimada viva pelo imperador bizantino
Alexis. Os Atos dos Apóstolos falam, ainda, em outros três demônios, a saber:
RIRITH, divindade maléfica do sexo feminino, desencadeador de tempestades,
espécie de fantasma noctívago, que os babilônios chamavam de Lilitu. Antiga
tradição popular judaica afirma que Lilith teria sido a primeira mulher de
Adão, BERGAR, cujo sentido é o de maligno e comparado, por São Paulo, como
anticristo, e ASMODEU, conforme já exclarecido, aparece no livro de Tobias como
o assassino dos maridos de Sara.
Azidahaka: demônio na religião de Zoroastro, que tomou a forma de
serpente, possuidora de três presas.
Baal: Na demonologia, é representado como o grão–duque do inferno,
chefe dos exércitos, comandante direto de legiões de demônios. Representado com
três cabeças, sendo uma de gato, outra de homem e a terceira de um sapo. Seu
corpo, bastante forte, termina em pernas de aranha, podendo se tornar
invisível. Entretanto, através da história, Baal teve outras designações, sendo
considerado a divindade suprema dos fenícios e dos cartagineses, para quem eram
sacrificados crianças a fim de garantir fartas colheitas, bem como a segurança
contra os inimigos. Servia ainda para designar muitas deidades. É também o deus
semítico da fertilidade, cuja adoração era associada à grosseria sexual.
Aparece na Bíblia, com diferentes predicados: Baal, Senhor da Aliança, Baal –
Zebul – O Baal das Moscas, que aparece na Vulgata - versão latina da Bíblia,
revista por São Jerônimo – com sentido pejorativo . Entre os sumérios e
babilônicos, assume a forma de Bel, Bel-Mardux. Os Baalim eram protetorers dos
oráculos- templos – sendo certo que alguns reis de Israel incentivaram seu
culto, o que motivou a reação dos profetas. É uma palavra hebraica que
significa senhor, marido, dono, sendo certo que nos primeiros tempos usavam o
termo Baal para o verdadeiro Deus.
Belzebu: O príncipe dos diabos. É usado no Novo Testamento, para
identificar Satã. Na demonologia, ele é o primeiro ministro dos espíritos
malignos, o "Senhor das Moscas”, manda moscas arruinarem a colheita e o
povo de Canaã prestava-lhe homenagem na forma de uma mosca. Figura
aterrorizante, enorme, preto, inchado, chifrudo, cercado de fogos e com asas de
morcego. Milton, no Paraíso Perdido, descreve-o como um rei autoritário, cuja
face irradia sabedoria.
Baalberith: Demônio de Segunda ordem, senhor dos casamentos,
secretário, chefe e arquivista do inferno. O demonologista I. Wier representa-o
como um pontífice sentado entre os príncipes do inferno.
Bael: Primeiro rei do inferno, comandante de 60 legiões, possuidor
de três cabeças, sendo uma com a figura de um gato, a outra de um sapo e a
terceira de um homem.
Balaam: Um dos demônios maus que se apossou da madre Joana dos
Anjos. A paixão de Balaam era a mais perigosa de todas. Identificado como um
demônio de três cabeças, cavalgando um urso e carregando um falcão em suas
mãos. Uma das cabeças era semelhante á de um touro, a outra igual à de um homem
e a terceira de um carneiro. No Velho
Testamento, aparece o nome de Balaão, profeta, vidente e adivinho,
originário da cidade mesopotâmica de Petor . Diz a lenda bíblica que ,
convocada por Balak, filho de Sefor, rei de Moavo, a ir ao encontro dos
israelitas para amaldicoá-los, pôs-se a caminho, montado numa burra, quando lhe
surgiu um anjo, com uma espada nua . O animal parou, recusando-se a andar. A
burra, dotada com o Dom da palavra, condenou a sua crueldade. Deus, então,
abriu os olhos de Balaão, que viu o anjo e assim, em vez de amaldiçoar os israelenses,
abençoouos.
Barão: Demônio criado sob as instruções do barão Gilles de Rais
(1404-1440). Este, morto pela Inquisição após um processo que ainda gera
controvérsias, foi acusado de sacrificar mãos e corações de criancinhas para
obter o segredo da pedra filosofal, ou seja, descobrir a maneira de transformar
metais em ouro.
Barbatos: um dos três demônios a serviço de Eleuretty,
tenente-general das forças do inferno.
Batsaum-Rasha: Demônio turco invocado para produzir bom tempo ou
chuva.
Bechard: Demônio que pode ser invocado por satanistas, usando a
expressão "Vem Bechard – Vem Bechard”. Sua invocação deve ser feita ás
quintas-feiras, chamando-o três ou quatro vezes no centro de um círculo,
exigindo ele, com pagamento pela sua presença e seus serviços, tão somente uma
noz.
Belfegor: O demônio das descobertas, seduzindo os homens com a
distribuição de riquezas. Algumas vezes aparece com uma mulher jovem e
sedutora. Alguns rabinos dizem que ele está sentado numa cadeira.
Belial: Do hebraico BELLHHARAR, que quer dizer "inútil”, sem
valor. Sinônimo de Satã e também de Belzebu, com designativo do chefe dos
demônios. No Novo Testamento, aparece uma vez (Segunda Epístola aos Coríntios,
6, 15). O mais imoral de todos os diabos. No Livro das Revelações, e
cognominado "a besta”. Num dos pergaminhos encontrados no Mar Morto,
aparece com o chefe das forças do mal. Sua intenção é fazer proliferar a
perversidade e a culpa. Alguns o identificam com o anticristo. No primeiro
século d.C. foi considerado o anjo da desordem que governa o mundo. É o demônio
da pederastia e cultiva a sodomia. Algumas vezes é representado numa carruagem
de fogo. Há um trabalho alemão da Idade Média, exclusivamente a seu respeito,
denominado Das Buch Belial. Segundo ainda, o Novo Dicionário de Personagens
Bíblicas, de José Schiavo (pag. 118), seria um monstro fictício, mencionado no
Apocalipse sob o misterioso número 666. Possuía sete chifres e sete cabeças,
ostentando sobre cada cabeça sete nomes blasfemos e , sobre os chifres, dez
diademas . Assemelha –se a uma pantera, com os pés de urso e boca de leão.
Noutro passo, é mencionado como possuindo dois chifres, falando com um dragão.
Alguns intérpretes o deram com figuração dos falsos profetas advindo da Ásia.
Besta: Pseudônimo do próprio Diabo. No Livro das Revelações, o
apóstolo João fala de duas bestas, sendo que uma sai do mar, com um leopardo de
dez chifres e sete cabeças, pés de urso e mandíbula de leão, e outra que vem a
terra, como dois chifres, parecendo um dragão. Trata-se de uma visão do
apóstolo João (Livro das Revelações, 13, 14, 17, 3, 8, 11). O profeta Daniel
teve uma visão de quatro bestas representativas de quatro sucessivos impérios
que se destruiriam uns aos outros. Todas as quatro representariam Satã. Comumente
é tomado como o anticristo.
Beyerevra: Demônio indiano, mestre das almas que vagueiam pelo
espaço.
Bonifarce: Um dos demônios que se apossou de Elisabeth Allier,
freira francesa do século XVII. Conta à história que essa foi exorcizada em
1639, com muito sucesso, por Francois Faconnet - estava possuida por dois
demônios, Bonifarce e Orgeuil, havia mais de vinte anos, admitindo-se que esses
demônios tenham entrado em seu corpo quando ela tinha 7 anos de idade , por
meio de pão que havia sido colocado em sua boca .
Buer: Demônio de Segunda grandeza, comandante de 50 legiões, com
cabeça de leão. Locomove-se com cinco pés de bode, na forma de uma estrela.
Caçador Negro: Diabo que conduz uma caçada alada ou uma caçada no
inferno.
Caim: Grande mestre do inferno, representado com homem elegante,
com cabeça e asas de um pássaro preto – melro -, sendo considerado o mais
inteligente dos sábios do Inferno. Leva consigo um sabre, quando toma a forma
humana, embora tenha cauda de pavão. Entende os pássaros, os bois, os cachorros
e o som das ondas do mar. Deu formação a uma seita denominada Cainites ou
Caimitas, para adorá-lo, louvando a Caim, Judas, Sodoma, Esaú e rendendo
homenagem a Korah, certo judeu que foi destruído, depois de liderar uma
rebelião contra Moisés. Louvaram também a Judas que acreditavam Ter livrado a
humanidade de Jesus Cristo. No Antigo Testamento, aparece o nome de Esaú, que
em heabraico quer dizer "peludo”, também cognominado Edom – o ruivo.
Muitos críticos encontram analogia entre Esaú – Jacó e Caim –Abel,
relacionando-os a uma luta entre o pastoreio e a agricultura. Esaú era filho de
Isaac e Rebeca, irmão gêmeo de Jacó, a quem vendeu seu direito de primogênito
por um prato de lentilhas.
Cali: Rainha dos demônios, a quem vidas humanas eram sacrificadas
(Kali), também divindade bramânica , mulher de Siva, deusa do inferno,
representada com a forma de uma negra , com quatro braços , segurando em cada
uma das mãos uma cabeça humana.
Chamos: Membro do conselho de príncipes do inferno, demônio da
bajulação.Citado por Milton, no Paraíso Perdido, como o terrível horror das
crianças de Maabo, região situada na costa sudeste do Mar morto, Ásia Menor,
que faz parte dos planaltos que se estendem a leste do rio Jordão, a chamada
Transjordânia, no antigo testamento, Moab, personagem bíblica, do hebraico
Moabi, "nascido do prórpio pai" eis que era filho de Ló, pela união
incestuosa deste com sua filha mais velha . É também tido com a divindade
semítica dos moabitas e talvez dos amonitas.
Chax: Duque do inferno, mentiroso e ladrão.
Corozon: Poderoso demônio argelino, que abriu as portas do Inferno,
com as seguintes palavras: "Lazas, Lazas, Nasatanada, Lazas".
Exorcizado por Aleister Crowley no deserto argelino, sendo que alguns
ocultistas afirmam que este foi possuído pelos demônios pelo resto da sua vida.
Coulobre: Diabo na forma de dragão que, na Provence (França),
andava devorando as pessoas. Em Cavaillon, cidade francesa, foi ele derrotado
por São Verard, por meio de água benta.
Dibbuk: Demônio particularmente mau que perseguia os acadêmicos e
procurava descansar dentro de uma pessoa. Na Idade Média, uma das maiores
superstições entre os judeus do leste europeu.
Efialtes: Demônios incubos que aparecem durante os pesadelos.
Empusa: Demônio da "da Meia-Noite” surgindo com os mais
variados disfarces. Costuma surgir como uma bela mulher, com o pé esquerdo
feito de bronze, outras vezes com o casco de mula. Na Rússia era temido porque
aparecia à "Meia – Noite " na época da colheita , com uma viúva, e costumava
quebrar os braços e as pernas dos trabalhadores . Tinha a sensualidade dos
vampiros pela carne humana. Enviado à Terra pelas divindades infernais para
atacar os viajantes, sugando suas vítimas .
Eurinômio: Príncipe da Morte, no inferno, com um corpo horrível,
coberto de pêlos de raposa. Usa longos dentes, alimenta-se de carniça
putrefata, de corpos mortos, sendo adorado no Templo de Delfos, cidade da
antiga Grécia, onde Apolo tinha um Templo, ditando Oráculos através da boca da
Pítia. Delfos foi tomada pelos gauleses em 279 AC.
Haborym e Aym: Duque do inferno com três cabeças, uma de gato,
outra de homem e a terceira de cobra. Demônio do fogo e também dos holocaustos.
Senta-se todo enrolado, como uma serpente, segurando uma tocha .
Iblis: O diabo do Islã. De acordo com o Livro Sagrado de Yezidi, o
livro das revelações e o livro Negro, Iblis é uma falange de arcanjos.
Corresponde ao príncipe das trevas, sendo certo que o inferno é mencionado como
o Reino de Íblis. Ele se condenou por seu exclusivo amor à idéia da divindade.
Deus o teria perdoado, confiando-lhe o governo do mundo e a supervisão das
almas.
Íncubo: Anjo do Paraíso que foi expulso e se transformou em
demônio, procurando continuamente mulheres para saciar-se, enquanto elas
dormem. Na França, são chamando follet, de Alp na Alemanha, de follette na
Itália, e no Brasil, de duendes. A sua fêmea é denominada súcubo. O número
deles é tão elevado que se torna difícil destruílos, no dizer de Santo
Agostinho (De Civitate Dei – XV, 23). Muitos padres afirmam que o íncubo é um
anjo que atrai as mulheres em sua queda para o inferno. Muitas mulheres foram
possuídas por belos homens, corpos mortos temporariamente reanimados pelos
íncubos. Durante a Idade Média, muitos sintomas em razão da menopausa eram
imputados aos íncubos. Diziam que Huno e Platão nasceram da união de um humano
e um íncubo, bem como o famoso sábio Merlin, fruto de um íncubo e a filha do
rei da Inglaterra. Foi Merlin conselheiro de quatro reis ingleses, incluindo-se
o rei Artur, fundador da Távola Redonda e cognominado O Mágico. A fada Viviana
encerrou-o num círculo mágico de onde não pode mais sair. Dizem que a abadessa
de Cordoue tinha um íncubo, com a forma de animal, como seu amante.
Jahi: Demônio fêmeo da religião de Zoroastro, que foi beijada por
Ahriman, introduzindo assim a menstruação no mundo. Ahriman representa o
príncipe do mal, e o seu oposto, Ormuzd, o príncipe do bem, que deve acabar por
vencer.
Jinni: Demônio entre os árabes pagãos, representando uma das forças
contrárias à natureza. Para os muçulmanos, são entes sobrenaturais que podem
ser bons ou maus. O rei Salomão possuía um anel de magia que o protegia desse
demônio.
Kasdeya: Nome do quinto Satã, que ensina a destruição aos homens.
Na magia, é representado por uma caveira de um jovem.
Kobal: Diretor de diversões da corte do inferno. Padroeiro dos
comediantes. Durante séculos foi considerado suspeito para a Igreja. Demônio
que sentia imenso prazer em matar. Na Alemanha, Kobald, espírito familiar,
considerado o guarda dos metais preciosos.
Krikoin: Na religião dos esquimós, é o demônio do mal, que persegue
os cães que ficam ao lado de fora das casas, nas noites frias.
Kubera: É o rei dos demônios maus para os hindus, sendo também
considerado o deus da riqueza.
Lilith: Demônio feminino mencionado no folclore judaico. Várias são
as lendas sobre ela, sendo considerada a personificação das paixões
desregradas. A mais antiga tradição popular judaica dá como sendo ela a
primeira mulher de Adão. Não conseguindo lhe dar um filho, Deus decidiu criar
Eva para ser sua companheira. Foi ela quem ensinou a Adão a felação e outras
práticas que a moral qualifica de antinaturais. É a mãe dos espíritos do mal,
Lelin, Sehedin e Roudin. É associada com a praga e o flagelo do meio dia (Salmo
91,56). Tida ainda, com um dos sete demônios da Cabala hebraica, representado
pela figura de uma mulher nua, cujo corpo termina em cauda de serpente. Pela
crença dos antigos persas, alguns a dão como filha de Samuel e esposa de
Ashmedai ou Esmadfewa, um dos sete espíritos demoníacos .
Loki: Demônio do fogo, gênio do mal, na mitologia escandinava,
comparado ao próprio Diabo.
Mandrakes: Demônios pequenos, sem pêlos, grosseiros, uma espécie
dos conhecidos capetas.
Mezu: No folclore japonês, o demônio com cabeca de cavalo, que dá
assistencia ao kongo, xerife dos infernos.
Mefistófeles: Nome popular do Diabo, segundo Goethe. Personagem do drama
Fausto de Goethe (1749 – 1832), demônio que veio à Terra para satisfazer
paixões de Fausto. Julga o mundo com ironia desdenhosa. Seu nome é empregado
com sinônimo de homem de caráter perverso, verdadeiramente diabólico. A
história de Fausto é a história do homem que vendeu sua alma ao Diabo, em troca
de bens terrestres. O drama divide-se em duas partes, onde o genial poeta
imortalizou suas concepções da natureza e do homem.
Molegue: Príncipe da "Terra das Lágrimas ", no inferno .
Recolhe, com alegria, as lágrimas das mães. É um demônio monstruoso, gotejando
o sangue das criancinhas e as lágrimas de suas mães. Apresenta-se com cabeça de
bezerro, coroa real, braços esticados para receber suas vítimas humanas. Os
amonitas , membros de tribo a leste do Jordão, descendentes de Amon , que
derrotaram os gigantes de Zomzomins e ocuparam a região, costumavam adorálo,
sacrificando crianças em seu louvor para obterem boas colheitas e vitória nas
guerras . Milton e Flaubert a ele fazem referência.
Mullin: Primeiro mordomo da casa dos príncipes infernais.
Murmur: Demônio da música, conde do inferno, surgindo como um
abutre, de pernas abertas, figurando um soldado gigantesco. Também denominado
Murmúrio.
Nasu: Na religião de Zoroastro, representa o demônio feminino que
se alimenta de corpos que acabaram de morrer ou já se encontram em estado de
putrefação. Surgem com se fossem borboletas. Sua residência é o Inferno, no
monte Elbroug.
Nergal: Deus sumeriano das regiões infernais. Pode ser igualado ao
deus grego Plutão, que governava o submundo. Nergal, assim como o Satã bíblico
habitava originariamente os céus. Considerados por muitos, como demônio de
Segunda classe. Era chefe de polícia e espião de Belzebu. Esposo de Ereshkigal
que, no panteão sumero – arcadiano, é considerado a senhora do grande lugar,
rainha do mundo dos mortos, reinando em seu palácio, guardando a fonte da vida
. Os demônios do mal e da morte são seus descendentes.
Nuton: Originário da lenda belga, vivendo sempre em grutas, perto
de águas correntes, muito brincalhão, torna-se violento, todavia, se atacado.
Nybras: propagandista dos prazeres da corte infernal. Supervisor
dos sonhos, visões, êxtase. Demônio inferior, tido como profeta e charlatão.
Nysroch: Chefe da casa do príncipe infernal. De Segunda classe;
preside os prazeres da mesa.
Orias: conde do inferno. Perito em astrologia, na metamorfose,
carrega sempre uma serpente em cada mão.
Orthon: Demônio familiar do conde de Corasse e do conde de Foix.
Invisível, sabe tudo o que acontece no mundo. Quando aparece, costuma
mostrar-se como uma porca.
Raymon: Demônio poderoso, encarregado das cerimônias infernais,
aparecendo na forma de um homem vigoroso, mas com rosto de mulher, coroado com
jóias e montando um dromedário.
Pazuzu: Demônio assírio, rei dos espíritos maus do ar , filho de
Hanpa . Há no museu do Louvre uma estátua de bronze do século VII,
representando Pazuzu, com forma humana, duas asas e dois chifres.
Pérsefone: Deusa do inferno, filha de Júpiter e Ceres, mulher de
Plutão. É a mãe das fúrias.
Prusias: Um dos três demônios a serviço de Satanáquia, grande
general das legiões de Satã.
Ravana: Demônio rakchasa, do épico Ramayana, soberano do Ceilão que
raptou Sita, esposa de Rama. Ramayana é um poema sânscrito, ao mesmo tempo
religioso e épico, em 50000 versos e sete partes. Celebra a genealogia de Rama,
a sua juventude, a luta contra Ravana , raptor de Sita , sua vida e ascenção
para o céu . Rama é uma das encarnações de Vichnu na mitologia hindu e deus da
Índia, casado com a deusa Sita.
Rimmon: Embaixador do inferno na Rússia czarista. Demônio menor,
chefe dos médicos, acreditando-se que era capaz de curar a lepra.
Saarecai: Demônio menor que habita os buracos da casa, mas não faz
mal a ninguém.
Sardon: Conselheiro do inferno, sacrificando as criancinhas nos
sabás. Deu origem à expressão "risadas sardônicas”.
Seirim: Demônio cabeludo na forma de bode, que dança nas ruínas da
Babilônia, comandado por Azazar.
Shabrini: Demônio dos antigos judeus que costumava cegar os homens.
Shedim: Demônio destruidor. Dizem ser descendente da serpente,
outros dizem ser de Adão, depois da queda, e outros de Deus, que deixou os
inacabados, incompletos, por causa do dia do descanso, ou seja, do Sábado. Para
poder localizá-los, devem ser espalhadas cinzas pelo chão, para que esses
demônios deixem seus rastros, dependendo, todavia, de uma formula mágica a ser
proferida, para que possam ser vistos. Suas garras são de galo e seu chefe é o
demônio Asmodeu.
Súcubos: Demônio fêmeo, em oposição aos íncubos, tentando os homens
durante o sono, nada os detém até conseguirem copular com eles. Costumam
visitar os solitários, monges e pastores, aproveitando-se de seus jejuns e
abstinências. Reanimam cadáveres que depois de uma noite de amor, voltam ao
estado putrefato. Muitas vezes, dizem, tomam a forma da pessoa amada.
Tânatos: Demônio masculino que personifica a morte, irmão de Hipnos
(sono) e de Nix (noite). Freud, em seus estudos, desenvolveu o conceito no qual
Tânatos é uma das forças que governam o inconsciente profundo. A outra e Eros
(o amor).
Tarascon: Metade monstro da terra, metade do amor, foi vencido por
Santa Marta, que o prendeu em seu cinto de virgindade. Apresentava cabeça de
leão, com seis pés, patas de urso e rabo de serpente.
Thamuz: Embaixador do inferno na Espanha, sendo inventor da
artilharia, da Inquisição e de suas punições. Era considerado o inspirador das
grandes paixões.
Ukobach: Demônio inferior e responsável pelo óleo das caldeiras
infernais. É o inventor da frigideira e dos fogos de artifício, aparecendo
sempre com o corpo em chamas.
Uphir: Demônio químico, conhecedor de ervas medicinais e
responsável pela saúde dos outros demônios.
Vetis: Trabalha para Satã, especialista na corrupção das almas de
pessoas santas.
Xaphan: Demônio menor que, por ocasião da rebelião dos anjos, deu a
sugestão para se atear fogo no céu. É o que acende o fogo no inferno.
Xesbeth: Demônio das mentiras, dos prodígios imaginários, dos
contos maravilhosos.
Vekum: Demônio que seduziu os filhos dos anjos sagrados e
persuadiu-os a virem à terra e Ter relações sexuais com os mortais, conforme o
livro de Enoque.
Zaebos: Demônio com cabeça humana e corpo de crocodilo.
Zagam: demônio das decepções e dos desenganos. Consegue transformar
cobre em ouro, chumbo em prata, sangue em óleo, água em vinho. Tem asas e
cabeça de boi.
Zagamzaim: Diabo disfarçado de eunuco, descrito por Vitor Hugo.
Zepar: Grão-duque do império infernal que tenta levar os homens à
pederastia.